quinta-feira, 21 de maio de 2009

ENCONTREI UM VIOLINO



Na mesa dum cigano coberto de pétalas

com o perfume duma serenata.

Um violino sonhador tal qual o teu olhar

na nobreza do vinho que perfumava duas taças

a tua, a minha, bebi dessa taça

brindei ao amor, à paixão,

brindei aos teus olhos.


Sonhei entre cetim e veludos, deslizei 

dentro da tua pele, numa barreira do impossivel,

em instintos aflorados.

Era esse o meu alimento, num minuto transformei-me em sol

aqueci-te entre beijos e carinhos.


Espera meu amor!

quero-te sublime, 

quero-te nesta sinfonia do meu violino

quero-te no meu jardim de folhas secas

quero-te sim, amor, na minha janela olhando mais 

um luar, mais uma estrela.


Quero-te voando entre gaivotas e papoilas

entre camélias e lilases.

Lá longe, eu escuto o teu canto, mas sei

que não vens.

Eu sei que não aqueces o colorido dos meus 

olhos, e, sei que alguem te levou na brisa

seca de mais uma primavera, soltam-se lamentos

mas a porta está fechada.


Ontem com pedrinhas delicadas tu escreveste a palavra

felicidade, mas hoje

ela perde-se nos labirintos da minha memória

que te procura na imensidão das sombras.


Procuro-te sim, amor

nos desencantos e na lucidez do meu amar,

na revolta do meu tempo

na tua ausência desta noite tão eterna.


Na noite dum passado, ofereci-te o meu corpo

sem pudor, agora, não te procuro mais,

vem tu e abraça-me hoje.


Procuro-te sim, AMOR...


Amália LOPES


Maio 19/2009


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