ENCONTREI UM VIOLINO
Na mesa dum cigano coberto de pétalas
com o perfume duma serenata.
Um violino sonhador tal qual o teu olhar
e
na nobreza do vinho que perfumava duas taças
a tua, a minha, bebi dessa taça
brindei ao amor, à paixão,
brindei aos teus olhos.
Sonhei entre cetim e veludos, deslizei
dentro da tua pele, numa barreira do impossivel,
em instintos aflorados.
Era esse o meu alimento, num minuto transformei-me em sol
aqueci-te entre beijos e carinhos.
Espera meu amor!
quero-te sublime,
quero-te nesta sinfonia do meu violino
quero-te no meu jardim de folhas secas
quero-te sim, amor, na minha janela olhando mais
um luar, mais uma estrela.
Quero-te voando entre gaivotas e papoilas
entre camélias e lilases.
Lá longe, eu escuto o teu canto, mas sei
que não vens.
Eu sei que não aqueces o colorido dos meus
olhos, e, sei que alguem te levou na brisa
seca de mais uma primavera, soltam-se lamentos
mas a porta está fechada.
Ontem com pedrinhas delicadas tu escreveste a palavra
felicidade, mas hoje
ela perde-se nos labirintos da minha memória
que te procura na imensidão das sombras.
Procuro-te sim, amor
nos desencantos e na lucidez do meu amar,
na revolta do meu tempo
na tua ausência desta noite tão eterna.
Na noite dum passado, ofereci-te o meu corpo
sem pudor, agora, não te procuro mais,
vem tu e abraça-me hoje.
Procuro-te sim, AMOR...
Amália LOPES
Maio 19/2009
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